O usuário de crack apresenta mudanças evidentes de hábitos, comportamentos e aparência física. Um dos sintomas físicos mais comuns que ajudam a identificar o uso da droga é a redução drástica do apetite, que leva à perda de peso rápida e acentuada – em um mês de uso contínuo, o usuário pode emagrecer até 10 quilos. Fraqueza, desnutrição e aparência de cansaço físico também são sintomas relacionados à perda de apetite.
É comum ainda que o usuário tenha
insônia enquanto está sob o efeito do crack, assim como sonolência nos
períodos sem a droga. “Os períodos utilizando a droga prolongam-se e os
usuários começam a ficar períodos maiores fora de casa, gastando, em
média, três dias e noites inteiros destinados ao consumo do crack. Neste
contexto, atividades como alimentação, higiene pessoal e sono são
completamente abandonadas, comprometendo gravemente o estado físico do
usuário”, afirma o psiquiatra Felix Kessler.
Sinais físicos como queimaduras e bolhas no rosto, lábios, dedos e
mãos podem ser sinais do uso da droga, em função da alta temperatura que
a queima da pedra requer. “Também se notam em alguns casos sintomas
como flatulência, diarréia, vômitos, olhos vermelhos, pupilas dilatadas,
além de contrações musculares involuntárias e problemas na gengiva e
nos dentes”, aponta Fátima Sudbrack, coordenadora do Programa de Estudos
e Atenção às Dependências Químicas (Prodequi) da Universidade de
Brasília (UnB).
Comportamento
Falta de atenção e concentração são sintomas comuns, que levam o
usuário de crack a deixar de cumprir atividades rotineiras, como
freqüentar trabalho e escola ou conviver com a família e amigos. “O
dependente apresenta algumas atitudes características, como mentir e ter
dificuldades de estabelecer e manter relações afetivas. Muitas vezes
apresenta comportamentos atípicos e repetitivos, como abrir e fechar
portas e janelas ou apagar e acender luzes”, afirma Laura Fracasso,
psicóloga da Instituição Padre Haroldo.
O usuário de crack também pode experimentar alucinações, sensações de
perseguição (paranóia) e episódios de ansiedade que podem culminar em
ataques de pânico, por exemplo. Isolamento e conflitos familiares são
comuns. O dependente pode, ainda, passar a furtar objetos de valor de
sua própria casa ou trabalho para comprar e consumir a droga. “O humor
pode ficar desequilibrado em função do uso ou falta da droga. O usuário
alterna entre estados de apatia e agitação”, diz Fátima Sudbrack.
Composição química
O crack é obtido a partir da mistura da pasta-base de coca ou cocaína
refinada (feita com folhas da planta Erythroxylum coca), com
bicarbonato de sódio e água. Quando aquecido a mais de 100ºC, o composto
passa por um processo de decantação, em que as substâncias líquidas e
sólidas são separadas. O resfriamento da porção sólida gera a pedra de
crack, que concentra os princípios ativos da cocaína.
Segundo o químico e perito criminal da Polícia Federal (PF) Adriano
Maldaner o nome ‘crack’ vem do barulho que as pedras fazem ao serem
queimadas durante o uso. “A diferença entre a cocaína em pó e o crack é
apenas a forma de uso, mas o princípio ativo é o mesmo”, afirma
Maldaner.
Por ser produzido de maneira clandestina e sem qualquer tipo de
controle, há diferença no nível de pureza do crack, que também pode
conter outros tipos de substâncias tóxicas - cal, cimento, querosene,
ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica são comuns. “A pureza
vai depender do valor pago na matéria-prima pelo produtor. Se a cocaína
for cara, é misturada com outras substâncias, para render mais. Se for
de uma qualidade inferior, pouca coisa ou nada é adicionado”, diz
Maldaner.
Fonte:
http://www.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/a-droga/cuidado/onde-encontrar-ajuda/vivavozum abraço,
Policial Hugo